Bem mais do que simples formas estéticas de desenhos de artesanatos ou pinturas corporais, os grafismos Kaingang concentram o entendimento da estrutura social/dualista deste Povo. A sociedade não indígena conhece os formatos geométricos dos desenhos Kaingang, principalmente por estarem presentes em suas cestarias, que são comercializadas nas zonas urbanas das grandes cidades e nas cidades que estão no entorno de suas Terras Indígenas. O que a maioria das pessoas da sociedade não indígena desconhece é que muito além dos desenhos geométricos, aquelas figuras possuem toda uma identidade que caracteriza os Kaingang, estando a figura aberta relacionada à metade Kamé e a figura fechada à metade Kanhru, estando intimamente ligada ao dualismo clânico, exogamico e complementar que os estrutura socialmente. Outro suporte em que comumente temos visto os grafismos indígenas deste povo é na indumentária do gaúcho. Na pilcha do gaúcho reconhecemos nossas marcas, nosso Rá, que é usado sem fazer menção alguma aos seus donos. As figuras geométricas para muitos gaúchos apenas adornam sua vestimenta, são poucos os materiais publicados do movimento nativista que remete aos indígenas o pertencimento destes desenhos e infelizmente nenhum material traz a história da identidade relacionada à eles.