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A ideia ocidental de “homem” se baseia na
oposição hierárquica à ideia de “mulher”.
Cada qual tem um corpo com uma anatomia e
uma biologia própria e específica, assim como
comportamentos e atitudes particulares. Ele
forte, ela frágil, ele racional, ela emocional, ele
provedor, ela cuidadora. Ele masculino, ela
feminina. Mas essas ideias sobre homem e
mulher, sobre masculinidade e feminilidade,
são ocidentais e formuladas nos últimos
séculos. Logo, o ideal preponderante de
masculinidade que vigora hoje, assim como as
ideias sobre o papel do “homem”, foram
construídas historicamente, não são naturais
ou próprias do ser humano.
Meninos, desde muito pequenos, ainda quase bebês, são vestidos, tratados e direcionados para brincadeiras distintas das meninas. Essa iniciação no “mundo dos homens” começa dentro de casa e se perpetua em outros espaços ao longo da vida. Mecanismos coletivos de treinamento, vigilância, punição e recompensa envolvidos na produção da masculinidade – e de sua contraparte, a feminilidade - são constantes na vida das crianças.
A ideia de masculinidade é construída na relação entre os homens, pais, filhos, irmãos, amigos ou até desconhecidos, como um clube imaginário. Tal construção acontece dentro e fora da casa, sendo a escola um desses lugares, assim como os locais de trabalho, de lazer, a própria rua, a literatura, o cinema, a televisão e os jogos eletrônicos.
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Ser homem também é sofrer, na maior parte das vezes, calado.
Estar em cena, em um espetáculo, trágico certamente, marcado por
um papel que exige demonstrações de força, coragem, sucesso econômico
e profissional. Papel que demanda do “homem de verdade”, a opressão
e a violência contra outros corpos. Corresponder a esse papel pode
significar, inclusive, a própria morte.